quinta-feira, 26 de janeiro de 2012

Perdidos e Achados

Pois bem minha menina venho dizer-te meia dúzia de coisas.
Voltaste apenas a perder. Desta vez perdeste mais do que julgas. Todo o teu amor-próprio? Caput! O respeito que deves a ti enquanto mulher e ser humano? Puf! Perdeste o tino. O rumo. Perdeste-te e consequentemente ele foi-se perdendo de ti. Não por ti.
É verdade que o tens de volta mas, paraste para pensar se é mesmo assim?
Estás aterrorizada. E se durante as horas em que não estão juntos ele te foge pelos dedos? E se continua em contacto com ela? Tens medo de perder o que já não é teu!
Estás tão focada em controlar tudo que perdeste o controlo do mais importante. Do amor. E sim, o amor precisa de ser controlado! Ou perdemo-lo para sempre. Precisamos de controlar com conta peso e medida o amor que damos mas principalmente o que deixamos de dar. Muitas vezes porque o temos como dado adquirido.
O sorriso, o olhar, o beijo, o desejo, a paixão, a tesão… Nada disso é teu!
Ele pode ir para a cama contigo, beijar-te sempre que estão juntos, oferecer-te flores no dia dos namorados, passear de mão dada à beira-mar, casar e ter filhos! Tudo isso é possível e previsível.
Uma coisa te garanto, não és a mulher da vida dele, não és a peça do puzzle que falta, não és quem passeia nos seus sonhos mesmo que estejas a seu lado na cama. Uma cama grande por sinal, e que jamais se tornará pequena para os dois porque existe um espaço enorme por preencher.
Aquele beijo em que os braços estão ao redor do corpo e nos aquecem a alma? Não o sentes pois não?
Podes apagar todas as fotos, as memórias permanecem. Podes controlar os acessos tecnológicos, o Universo vai encarregar-se de fazer com que se encontrem. Podes fazer o que quiseres mas nunca chegarás onde ela chegou!
Lembras-te quando lhe disseste que ela tinha destruído uma relação em que duas pessoas eram felizes e que se ela pensava que ele a amava ela era ainda mais burra do que tu pensavas? Lembras-te que foste tu que tiveste de usar mentiras e jogos psicológicos para o aproximar de ti? Arranjaste amigos com segundas e terceiras intenções, ficaste doente, não tinhas companhia para filmes a altas horas. Ela permitiu que ele não te deixasse passar por dias mais difíceis do que os que se vivem no fim de uma relação. E em resposta às tuas acusações nunca ditas em voz alta, não era por ter qualquer tipo de peso na consciência mas por piedade. Foste digna disso. E andas tu a estudar psicologia. As tuas propinas devem ser fraquinhas à semelhança do teu raciocínio.
Porque agora tudo é possível deixo aqui um pequeno recado.
Não o tenhas como garantido, não brinques com o que não conheces. Tudo o que julgas que controlas está fora do teu alcance.
A qualquer altura o Universo muda tudo. E aí minha querida, ela ou outra que tal, já não terá piedade. Será uma cabra insensível e não terás a mínima hipótese.
O que ele ainda sente por ti é quase como o T0 em que habitas.
O coração dele tem dona. Tal como nos perdidos e achados, um dia ela volta para o recuperar.

1 comentário:

tu sabes!! disse...

UI...esta foi forte!!!