sexta-feira, 6 de julho de 2012

O costume!!

O meu maior defeito?! Pensar que afastar-me das pessoas é o melhor quando estou em baixo.
Afasto-me porque não quero incomodar ninguém. Não quero transportar os meus problemas
para os outros. Não quero tornar-me cansativa. Quero que as pessoas pensem que sou aquela pessoa feliz e alegre, sempre de sorriso no rosto. Mas depois não consigo explicar o motivo para a ausência, para a falta de notícias. Quando me perguntam se está tudo bem, respondo prontamente que sim.
-Sim está tudo bem. Nada de novo. A vida de sempre. Casa-trabalho, trabalho-cada. Lides
domésticas. O costume. E tu como estás? A resposta é sempre esta ou parecida.
Percebi agora que ao afastar-me, também os afasto. As pessoas acreditam quando digo que está tudo bem e associam a minha distância à falta de vontade/tempo para estar com elas. Se a distancia fosse apenas física seria fácil justificar apenas com a falta de tempo e agenda preenchida. O cerne de toda esta questão é que o meu telemóvel deixa de ser o que sempre foi. Não ligo, não envio SMS ou então até o faço mas coisas vagas. Pouco pessoais.
Não permito a entrada de ninguém no meu espaço seguro, na minha bolha, no meu refúgio. Ficam todos do lado de fora. À excepção de mim e das minhas "perturbações" e fantasmas. Tento que percebam que não se passa nada, que o problema está em mim e que continuo a nutrir os mesmos sentimentos, que também sinto falta de momentos juntos, sinto saudades, mas que tenho de me encontrar.
-Mas os amigos são para isso mesmo, para quando estás bem e quando estás mal. (É a
resposta dada!) Eu sei que sim, mas eu chego a ser tóxica. Se começar a falar constantemente sobre o que me assusta, o que me atormenta e me consome chega a uma altura que já ninguém me consegue ver nem ouvir e consideram-me impossível, chata, cansativa e uma série de outros adjectivos que eu atribuo a mim mesma! Eu farto-me de mim. Canso-me da minha pessoa e da minha autodestruição. Fará os outros.
Chega depois aquela altura em que consigo começar a encontra-me no meio de tantas gavetas abertas e desarrumadas dentro do meu cérebro e quando quero estar com alguém essas pessoas foram-se. E é assim que ao longo da minha vida tenho perdido quem gostava de mim e me queria por perto mas que eu afastei.
Nunca mais aprendo esta lição.

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